sábado, agosto 21, 2004

OK... É só o que sou capa de falar ultimamente... OK.

Parece-me que, cada dia, o mundo cria um obstáculo novo, que, obviamente, serve para te testar. O ponto é a forma de lidar com os tais obstáculos. A forma como tu deixas eles agirem em ti.
Por exemplo, quando tu está em desespero, sem encontrar saída, e todas as áreas da tua vida estão tumultuadas, parece que janelas se abrem. Esperanças surgem, num outro plano, este muitas vezes coberto por lixo e esquecido dentro de ti mesmo, existente mas desconsiderado.
Quando este plano passa a ser considerado novamente, quando supera-se o drama que é reestruturá-lo na vida novamente, começam as provações. Os problemas extras ainda existem, e normalmente apegamos-nos ao único caminho que parece dar certo (no caso, este reestruturado), como se neste estivesse a nossa salvação, a resolução de todos os outros problemas e, ainda, o caminho da felicidade plena e total.
Eis que, quando se recria as tais esperanças em cima de tal ponto da vida, começam a seguir uma nova seqüência de desafios; parece-me que quando estamos mal, por mais que encontremos áreas plenas, algo nos intui de fazer tudo o possível para voltar ao estado mal. Pode ser um instinto, uma força superior, qualquer coisa. Não vou questionar credo nenhum aqui (hoje). O ponto é que quando apostamos em um elemento novo como solução, quando finalmente depositamos esperança neste novo elemento, parece que ele nos trai. Indiferente se nós causamos a tal traição, ou se nos traímos acreditando no que já havíamos matado antes em nós mesmos, mas há essa falha.
A expectativa faz mal, principalmente quando mal fundamentada ou apelativa, na qual tu deposita toda a esperança retraída diante de falhar circunstanciais.

Recordo-me, então, da máxima “quando não se espera algo de alguma coisa, daí mesmo que não sai nada”, a qual eu vou completamente contra!
Porque, inúmeras vezes a melhor solução surgiu de onde não se esperava; a melhor palavra veio de quem não se conhecia; o melhor carinho surgiu no meio de um susto.

Isso me lembra de uma historinha que acho que todo mundo vivenciou de alguma forma, mas que eu costumava contar para acalmar as amigas em momentos de desespero.

Lembra quando você era bem pequeno(a)?
Era um dia de chuva, a sessão da tarde tava passando um filme que não dava pra se ver, de tão chato, e teus brinquedos pareciam não satisfazer nada do que tu queria?
Pois bem. Daí tu corria até a tua mãe, e ela DEIXAVA tu convidar um amiguinho pra brincar!
E tu ligava para ele. E ele PODIA ir até a tua casa!
Uma emoção!
Mas daí tu ia (como um debilóide) até a janela para esperar o menino... e ele nunca chegava...
E tu já ficava num stress, achando que ele não ia mais vir (eu costumava fantasiar com todas as fatalidades que pudessem acontecer), e tua mãe, com pena, te levava um suco, uma torradinha, um copo d’água.
E ele nunca chegava...
Daí tu ia buscar um danoninho, um Yakult e um pedaço de melancia.
... e ele nunca chegava...
De repente, ainda na janela, tudo aquilo começava a fazer efeito no estomago. Sim, um belo revertério se aproximava!
Correndo, então, a caminho do banheiro, a única coisa que te consolava é que ele ia demorar para chegar, afinal, não tinha chegado em todo esse tempo!
Mas quando, finalmente, tu te sentava e concluía que a coisa podia demorar, a campainha tocava.
Ele chegou.